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Por que meu coração está angustiado?

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      Tentei perscrutar meu coração e fui lembrado de que há uma profundeza em que não posso enxergar. Algo muito denso e profundo e complexo que está fora do meu alcance. Fui-me então à fonte de informação mais eficiente e verdadeira sobre questões da alma: as Escrituras. Noutros tempos eu não poderia entender o que era o coração, alma etc. Hoje ainda não posso, mas talvez haja luz sobre mim quanto a esse assunto. Tentei refletir sobre o conhecimento que adquiri sobre o homem e seu princípio. Lembrei-me então que há no homem a vida dada por Deus e que nesse princípio havia um relacionamento primordial.
      Ainda nas minhas dores, que talvez foram afloradas por dores de outrem, percebi que há uma deficiência na crença. Sim, deficiência na crença que permite outra crença falsa ser arraigada na alma. E também percebi outra coisa. Essas crenças envolvem o próprio ser do crente como alvo final. Em outras palavras, a crença deficiente e/ou falsa aponta para o próprio crente. Comecei então a perceber a razão de minha angústia.
      Angustiado, pus-me a escrever e refletir ainda mais o do porquê. Soube então que havia em mim uma raiz de falsidade. Sim, creio eu em mentiras. E a dificuldade surgiu ainda mais forte. Como não crer? Se creio, como abandonar essa crença? Passando ao entendimento, ainda não totalmente clarificado, de que eu estava, em minhas entranhas, apontando para mim mesmo, continuei em minha busca. Encontrei outra coisa fantástica. O homem é relacionável. Como essência do seu ser está o relacionamento. Outra coisa ainda me foi revelada: Deus como agente direto do relacionamento primordial do homem. Vi-me em problemas. Eu e Deus? Como posso relacionar-me com Deus. Houve luz e então encontrei outra verdade: é possível se relacionar com Deus. Veio-me a mente a verdade de que havia em mim outra razão para a angústia: meu grande e verdadeiro relacionamento está desprezado por mim.
      Voltando eu à fonte magnificada sobre as soluções dos problemas do coração, soube então que eu não creio em Deus. Não em Sua existencia, ou Seu eterno poder, mas talvez eu não acredite tanto Nele e o que Ele diz. Pode ser que a verdade seja, em meu coração, de que a vontade de Deus não seja superior à minha, ou então, os meus planos são tão importantes, por Ele permitir que eu os planeje, quanto o Dele. Alguma coisa nisso é verdade: minha angústia se dá por EU não estar satisfeito. Por EU ser incapaz de fazer o que desejo, planejo etc. Por EU não estar me relacionando com meu Criador.
      Descobri outra coisa: há esperança e fonte de instrução para o coração. Vi que a Palavra me exortou. Essa voz transforma e renova a crença. Esse renovo dá origem à confiança. Confiança é difícil de se ter. Em Deus, impossível se Ele mesmo não providenciar. A solução que encontrei foi: arrependimento e confiança. Deus faz o que quer e a escravidão é viver o que Ele quer. Meus planos e eu somos como NADA, um vácuo para Ele. Ainda sim, há cuidado e zelo do Criador para comigo; um nada, um vácuo. Glórias ao Deus Criador. Que a minha alma possa ouvir Sua voz e derramar diante Dele suas dores num relacionamento de ternura e santidade. Que meu coração possa crer firmemente em Sua viva palavra.